
Entropia e a farsa de Camus de Aquário.
Agora você ficará sabendo de toda a verdade.
Ok, chamem de click-bait se quiserem, mas me deixem explicar. Primeiro, qualquer assunto pode ser transformado em pauta para posts, só é preciso olhar com atenção. Segundo, eu costumo misturar assuntos diferentes e ver no que dá no final. Terceiro, verão que fará sentido, de alguma forma.

Antes, vamos dar nomes aos bois:
The Law : O que é entropia?
O conceito de entropia é antigo e foi sendo atualizado no decorrer das décadas. A primeira proposta foi do físico francês Sadi Carnot, no início do século XIX, e dizia simplesmente que é impossível transformar 100% de energia térmica em cinética, porque parte é dissipada para o exterior, enquanto estudava máquinas à vapor mais eficientes.
A segunda lei da termodinâmica, chamada também com “the law” diz que, em um sistema fechado, a entropia tende a aumentar com tempo. É a medida do desconhecimento de informações que temos sobre a posição e velocidade das partículas contidas em determinado volume espacial. No máximo, pode manter-se constante, mas nunca diminuir (esse “nunca” é uma impossibilidade estatística. Com tempo infinito, um conjunto grande de elementos, mas finito, pode se reagrupar e repetir padrões várias vezes).
Imagine uma caixa fechada onde temos um pouco de dois tipos de gases concentrados num canto e os liberamos para o restante do volume. Inicialmente há um conhecimento, embora limitado, da localização das moléculas de cada um, mas quando se separam não sabemos mais onde estão exatamente e onde podem ir, ou seja, aumentou o desconhecimento da situação. A entropia aumentou. Caos tende a imperar, se nenhuma ação externa for tomada.

Nesse processo, com aumento do volume, as partículas se moverão mais lentamente, pois perderam energia térmica (se agitavam e colidiam mais freneticamente em um ambiente menor). Temperatura é a medida da “agitação” das partículas: quanto mais quente, mais energia e mais movimentação.
Qualquer nova teoria ou proposição da física ou mecânica quântica precisa levar em consideração a entropia. Se houver a diminuição, é porque está errada ou incompleta.

Zero absoluto.
Existem várias escalas para medição de temperatura (fahrenheit, celsius e kelvin). A conversão de uma para outra faz parte daquelas coisas chatas que aprendemos na escola ou para provas de vestibular e que nunca mais usamos na vida. Embora celsius e fahrenheit sejam usadas no dia a dia, kelvin é a padrão do sistema internacional de medidas.
A escala kelvin foi proposta em 1848 por William Thomson (que depois passou a se chamar Lord Kelvin), que acreditava na necessidade de ter um valor para a menor temperatura possível, definindo como 273 K (K é a unidade e não é expressa em graus).
A obtenção do resfriamento até o ponto do zero absoluto é impossível porque, por mais energia (calor) que se retire de uma partícula, reduzindo seu movimento, ainda haverá oscilações quânticas, devido o princípio da incerteza de Heinsenberg, então nunca se saberá exatamente a posição e a velocidade (momentum) simultaneamente.

Em laboratórios foi possível obter incríveis 450 pK, ou 0,00000000045 K. Pesquisei que há relatos de obtenção de temperaturas abaixo do absoluto, mas os critérios de avaliação e obtenção são diferentes, não considerando a entropia e o conhecimento total das informações do material resfriado.
Camus de Aquário, o farsante.
Camus é um personagem do anime cavaleiros do zodíaco. A história toda é furada e escreverei mais a respeito em outro post (é mais interessante e instrutiva do que parece). Ele pode lançar uma rajada de não sei o que, que saí de suas mãos após um conjunto de movimentos estranhos, capaz de congelar os inimigos. Auto proclama que é sua técnica mais poderosa, dizendo a embaraçosa frase “sinta o poder do zero absoluto: Execução Aurora!”

Não sei se os amigos dele não sabiam ou ficaram constrangidos em corrigi-lo. Tipo:
“Ei Camus, amigão… eh, precisamos trocar uma ideia… sobre seu bordão cara, tá errado… não dá… você é esforçado, chega perto, tô ligado, mas, sei lá, invente outra coisa…”
Hipoteticamente, a rajada absorveria o calor do ambiente até chegar no alvo, mais e mais, tornando tudo ao redor frio. E ao redor do redor, do redor, do redor… até todo planeta não ter mais calor. Todos átomos e partículas paradas, com suas posições perfeitamente mensuráveis. Não haveria mais nada para se saber. Além do mais, para onde iria a energia térmica retirada?
Resumindo: a entropia, o princípio da incerteza e a lei da conservação da energia “sugerem” que Camus talvez possa estar errado. Talvez, pois nunca se sabe tudo…
Não me agradeçam. É minha obrigação como cidadão trazer esclarecimentos importantes para a sociedade.
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