
Astrologia e horóscopo Parte 3
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Astrologia funciona?

Se astrologia e horóscopo funcionam é uma pergunta complicada por si só. Em primeiro lugar, o que é “funcionar”? Esse seria o termo correto a se usar? Por quais parâmetros podemos mensurar o nível de acerto sendo tudo tão subjetivo?
O “funcionar” seria uma descrição de detalhes comportamentais e psicológicos de uma pessoa, baseada apenas na interpretação dos símbolos de um mapa natal? A capacidade de fazer previsões e ter os resultados mensurados e confrontados? É isso que as pessoas esperam ao ler um horóscopo ou informações de um mapa?
O potencial da astrologia permite isso, embora a maioria das pessoas não procure por essa profundidade. Aspectos mais triviais já servem para se auto reconhecerem e gerar o sentimento de pertencimento à um grupo. Isso por si só já gera uma validação e fazer com que as pessoas acreditem que funciona. No entanto, essa superficialidade faz com que seja tratada como bobagem e diversão.
Para os que se contentam com isso, pequenas migalhas de informações, como as dadas pelos horóscopos, são suficientes para validar o todo, mesmo que outro tanto não tenha sentido (por estar errado mesmo ou por falta de autoconhecimento para perceber os padrões e correntes mentais subconscientes).
Esse conceito vale para qualquer outra crença que exige um certo grau de fé: mesmo não entendendo como funciona, ignoram a lógica e abraçam o que lhes conforta de alguma maneira ou traz sentido para suas vidas. Até onde se sabe, essa capacidade é inerente e exclusivamente humana. Uma faca de dois gumes.
Cai-se num loop sem resolução: quem têm a tendência à acreditar em superstições e forças externas atuando em suas vidas, verão a astrologia encaixar-se perfeitamente em suas aspirações e desejos; os céticos verão como crendice e ignorância. Estranhamente é que as características podem encontradas nos mapas natais de cada tipo, explicando seus comportamentos frente ao assunto.
Resumindo: quem quer acreditar, aceita qualquer coisa; quem não acredita, refuta qualquer argumento. E ambos aspectos podem ser extraídos na interpretação de um mapa natal, se torcemos o significado simbólico para encaixa-lo no que chamamos de realidade.

Os céticos olharão para as inconsistências e descerão o porrete.
Possíveis possibilidades de explicação:
Na parte 1 desta série de posts, foram listados vários pontos falhos e sem explicação científica para os efeitos dos “astros” em nossas vidas. Na parte 2, o porquê das pessoas gostarem e acreditarem em astrologia e horóscopo. Agora, na parte 3, segue algumas possibilidades para a validação, embora sejam apenas especulações.
- Condicionamento comportamental devido à longos períodos de exposição aos ciclos naturais. À longos, entenda-se como centenas de milhares de anos.
- Capacidade de reconhecimento de padrões como vantagem evolutiva.
- Capacidade de associar eventos desconexos, atribuindo-lhe um significado diverso dos originais.
- Habilidade da rápida absorção cultural objetivando socialização para colher dividendos ao pertencer à um grupo.
- Repetição de rotinas e rituais modificam a liberação de neurotransmissores e hormônios, que podem, em um período bem longo, serem incorporados ao DNA, sendo transmitidos para outras gerações.
- Há uma boa porção do código genético que é tido como inútil (junk DNA), poderia conter essas informações.
- Refinamento intelectual, acumulação de informações e novas ideias, ativa predisposições genéticas de acordo com os valores culturais e sociais que se é exposto.
- Efeito que a simbologia causa em nossas mentes. Um símbolo pode representar muitas coisas diferentes, gerando reações distintas de pessoa para pessoa. Pela amplitude, torna-se maleável para se encaixar em qualquer contexto.
- Apenas 4% da matéria do universo é a comum que estamos acostumados, e as teorias que explicam suas interações não estão completas. Assim, sobra margem para especular possíveis novas descobertas que ajudem no entendimento do processo.
- A emergência da consciência nos humanos e os processos cerebrais não são compreendidos na sua totalidade. Pelo contrário, é uma das áreas que tem tido um avanços mais lento na ciência, devido a complexidade do cérebro. Desta forma, também há a possibilidade que processos metais desconhecidos expliquem o gosto, a crença e, quem sabe, os motivos das sincronicidades na astrologia.
Por exemplo, atribui-se ao sagitarianos o desejo de aventura, de gostarem de viagens longas e distantes (muitos são caminhoneiros ou mochileiros). O que pode ter levado à esse condicionamento é o que o período dos que nascem neste signo seja correspondente ao começo do inverno (no hemisfério norte). Isso faz com que os antigos agrupamentos tenham que se locomover para regiões mais afastadas, fugindo do frio e em busca de alimento. Pássaros e outros animais tem comportamento semelhantes.
Nesta visão, enfatiza-se aspectos biológicos e psicológicos. A desvinculação do místico e do esotérico ajuda no entendimento, fugindo do “não importa como funciona. O importante é que funciona” e o “não precisamos saber de tudo para acreditar”. Mas o fato é que existe uma verdade absoluta e uma explicação para as coisas. Se descobriremos e entenderemos é outra questão.
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Não explicou nada