
Astrologia e horóscopo Parte 1
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O que é astrologia?
Astrologia é atualmente classificada como a pseudo ciência que estuda os signos do zodíaco, suas casas, “astros” e suas correlações com o comportamento humano ou de qualquer outro ser, objeto ou entidade (empresa/marca), baseado no horário de ocorrência de determinado evento (mais precisamente, o nascimento ou início de algo). É usada também para fazer predições, como outros tipos de “mancias” existentes.
É considerada por muitos como superstição e crendice, sem fundamento científico. Reminiscência da ignorância dos antepassados que não sabiam como explicar determinados eventos. Mas nem sempre foi assim.

Origem da astrologia.
Em um tempo em que não havia distinção entre ciência e religião (quando nem se quer existiam esses conceitos), a astrologia era nome dado ao estudo e catalogação das estrelas e eventos no céu. Numa época que não havia fontes de luzes ao redor, deveria ser um esplendor e motivo de reverência. Ainda fascina na verdade. Astros vem de do grego ástron e latim astrum, para definir corpos celestes que emitem luz ou os que refletem de outra fonte.
Em um tempo que não havia relógios, os astros serviam como guias e regiam certos comportamentos (intensidade da luminosidade, posição das estrelas, fases da lua e marés).
Há indícios de registros sobre os astros num período pouco depois da invenção da escrita (registro de algo fora da mente humana, independentemente do meio e formato), estimada em torno de 5000 anos atrás.
Como outros aspectos culturais, foi crescendo em conteúdo de informações, agregadas por novas observações e alteradas e misturadas conforme impérios iam e vinham. Apesar das marcações e apontamentos empíricos, o significado atribuído era muito diferente do que temos hoje, numa relação estreita com mitos e deuses.
Mapa astral é o nome dado ao diagrama que contem as posições dos astros nos signos do zodíaco em determinado período e localidade. A imagem destacada deste post é um exemplo.

O que é zodíaco?
Zodíaco é o nome dado ao “caminho que o Sol percorre” no decorrer de uma ano. Os signos do zodíaco são partes com 30º de longitude em que o zodíaco está dividido (360º dividido por 30º =12). Os signos têm os nomes das constelações que se encontravam no zodíaco há 2.000 anos. O ano, desta maneira, se divide, em períodos de aproximadamente um mês, que correspondem à presença do Sol nos diferentes signos (12 meses = 12 signos).
Caminho que o sol percorre é uma figura de linguagem, embora não o fosse na antiguidade. Era como entendiam a coisa.
Gradativamente, a posição original do sol muda de constelação devido o efeito da inclinação do eixo na rotação, chamado de precessão de equinócios, e demora cerca de dois mil anos para mudar de uma para outra e 25 mil para voltar à posição original.
Imaginem, num dado momento do ano, que um ciclo se inicia com o sol na constelação de aries. Dois mil anos depois, no mesmo período, o sol estará na constelação de peixes. É um fato científico e não uma interpretação.
Na astrologia, chamam esses períodos de 2000 anos de Eras, seguido do nome da constelação. Estávamos na era de peixes e agora estamos da aquário. Creio que a maioria deve ter ouvido isso, Era de Aquário (diz-se que Jesus foi o simbolo da era de peixes (sofrimento) e que agora, passados 2000 anos, começa a era da liberdade de expressão, expansão mental e da tecnologia). Interpretação e não fato.
O nome zodíaco vem da antiga religião persa Zoroastrismo. Os padres zoroastras eram chamados pelos gregos de Magi (Magus, no singular), que derivou a palavra magia, pois possuíam um conhecimento matemático e astrológico/astronômico que era associado à feitiçaria, devido a acuracidade das previsões das estações do ano e eventos celestes.

O que é horóscopo?
Horóscopo vem do grego horus scopus, que pode ser entendido como marcação do tempo, ou apontamento do horário.
Os antigos associavam eventos e períodos de plantio e colheita com a posição do sol e das estrelas em dado momento.
Atualmente, as publicações de horóscopos informam os possíveis eventos e humores das pessoas que nasceram em determinado período. Uns se baseiam somente no signo solar e outros, mais personalizados, consideram o mapa astral como um todo.

Rompimento da astrologia com astronomia.
Com a revolução científica ocorrida na Europa, 500 anos atrás aproximadamente, houve um distanciamento cada vez maior entre os fatos e os mitos; entre o passível de medição e repetição experimental e interpretação subjetiva de símbolos. Naquela época, não havia as noções de psicologia e funcionamento da mente.
Hoje astrônomos abominam e ridicularizam a astrologia, embora parte do conhecimento tenha sido herdado de observações e registros feitos por astrólogos da antiguidade. Com razão, há inúmeros furos na lógica e falta de dados que comprovem a eficácia. Segue alguns:
- Ausência de prova de causa e efeito entre posição dos planetas e personalidade.
- Como planetas tão distantes podem afetar o comportamento das pessoas de maneira tão explícita?
- Quais tipos de emanações planetárias estamos expostos? Podem ser medidas? Replicadas em laboratório?
- Por que cada planeta causa um traço diferente nas personalidades das pessoas? Qual seria o motivo? Composição? Tamanho? Distância?
- Por que o horário do nascimento (saída da mãe) e não o momento de concepção?
- Por que o horário do dia afeta a personalidade? Se o obstetra se atrasa para cesária, a pessoa será diferente? (refiro-me ao ascendente).
- Ignorância dos antepassados em achar que a Terra era o centro do universo e que tudo girava em torno dela (a resposta à isso é porque somos terráqueos e não “soláqueos” (nascidos no sol). Da perspectiva humana, os astros é que se movimentam).
- Mudanças conceituais e inclusões para justificar avanços científicos (descoberta de novos planetas, por exemplo).
- São 13 e não 12 constelações no zodíaco (a décima terceira chama-se Ophiuchus, Ofiúco ou Serpentário).
- Por que as características dos deuses que nomeiam os planetas seriam incorporadas pelas pessoas?
- Por que a crença em astrologia é mais forte no ocidente (cultura greco-romana, de onde vieram os mitos)?
- Animais e plantas também são afetados, uma vez que estão expostos às mesmas emanações? Ou restringe-se apenas aos humanos, os únicos capazes de imaginar coisas que não existem?
- Variação de interpretação de astrólogo para astrólogo.
Em um vídeo, o finado cientista e astrônomo Carl Sagan, usa o exemplo de gêmeos que tem destinos diferentes, apesar de nascerem em momentos próximos um do outro, para desqualificar a validade da astrologia. Na concepção moderna do assunto, não há um destino pré-definido, e sim predisposições à determinados comportamentos, sendo ativados ou não pelas experiências individuais. Então, esse argumento do Carl não vale.
Há outros motivos, mas só esses já seriam o bastante para demolir qualquer tentativa de aceitação dos resultados e da eficácia da astrologia.
No entanto, se a astrologia é tão cheia de falhas, qual o motivo das estatísticas anormais de coincidências entre os signos e a personalidade das pessoas? Por que ainda há um interesse e curiosidade tão grande de parte da população por este assunto? Ignorância, crendice, desejo de significado para vida ou de autoconhecimento?
Se não fizesse sentido algum, teria sido abandonada a muito tempo. Vejas as razões na parte dois deste post!
Astrologia e horóscopo Parte 2
Pessoas são supersticiosas, mas podem acreditar no que quiser